Uma testemunha ocular da refundação do PSB, em Brasília, conta, sob reserva, como se definiu a formação de chapa da Frente Popular este ano, com o PT tomando a vaga dos aliados.

Nos bastidores, as pessoas já tratavam o acordo com André de Paula como prego batido e ponta virada e davam tapinhas nas costas dele chamando-o de senador de Danilo.

Só que naquela mesma semana, na terça-feira, havia ocorrido o evento de apoio do Solidariedade a Lula. Neste evento, Marília Arraes meteu um chapéu de palha na cabeça de Lula e depois rodou a imagem nas redes sociais sem pena.

O PSB ficou extremamente incomodado com a dubiedade do PT e cobrou a exclusividade da imagem de Lula em Pernambuco.

A resposta dos caciques nacionais do PT foi que a exclusividade custaria a vaga no Senado, para o PT.

"Não havia mais o que ser feito. André de Paula perdeu a indicação ali. Nós já havíamos organizado palanque duplo no Estado (Humberto Costa e Eduardo Campos em 2006), a gente sabia como era e agora a gente ia ser vítima do palanque duplo? No way", resume a fonte do blog.

Falou mais alto o pragmatismo político. Não há espaço vazio em política.

O PSB e aliados apostam tanto em Lula porque, de acordo com as pesquisas internas dos partidos, a força do apoio de Lula a um candidato a governador em Pernambuco é expressiva, chegando a quase dois terços de aumento na intenção de votar. No caso de Bolsonaro, ocorre o inverso.

Para que haja uma ideia da situação vivida hoje, as pesquisas internas dos partidos contam que Marília é quatro vezes mais associada a Lula do que Danilo Cabral. No campo oposto, Anderson Ferreira e Miguel Coelho são os mais associados a Bolsonaro em Pernambuco.