VIOLÊNCIA

Gleide Ângelo articula criação de espaço para acolher órfãos do feminicídio em Pernambuco

A deputada estadual Gleide Angelo (PSB) articula, junto ao Governo de Pernambuco, a criação da Casa de Acolhimento, Abrigo e Apoio Psicossocial aos filhos e filhas do feminicídio

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Augusto Tenório

Publicado em 18/04/2022 às 11:12
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A deputada estadual Gleide Angelo (PSB) articula, junto ao Governo de Pernambuco, a criação da Casa de Acolhimento, Abrigo e Apoio Psicossocial aos filhos e filhas do feminicídio. A parlamentar alerta que, segundo Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 80% dos casos de tentativa ou de feminicídios em 2020, as vítimas eram mulheres mães cujos filhos já haviam testemunhado algum tipo de violência praticada contra elas.

Só no ano passado, de acordo com o levantamento, a violência de gênero deixou pelo menos 2.300 pessoas órfãos. O projeto defendido por Gleide Angelo prevê que as crianças e adolescentes e demais dependentes legais de mulheres assassinadas em contexto de violência doméstica e familiar devam receber, por parte do Estado, um trabalho especial, uma vez que eles também integram um grupo vulnerável de vítimas colaterais da violência de gênero.

Esse trabalho seria tocado sob a coordenação da Secretaria Estadual da Mulher, prevendo ações em prol da assistência social, saúde, alimentação, moradia, educação e assistência jurídica gratuita para esse grupo.

ROBERTO SOARES/ALEPE
GLEIDE Multa de até R$ 100 mil para quem burla ordem de vacinação - ROBERTO SOARES/ALEPE

“A violência doméstica não é só contra uma mulher, ela atinge e destrói toda uma família. Quantas crianças não testemunham diversas violências e agressões praticadas pelos pais ou companheiros de suas mães? Quantos filhos presenciaram o assassinato da própria mãe?”, pontua Gleide Angelo.

Em tempo, a deputada estadual também é autora de um projeto de lei que determina a criação da Política Estadual de Proteção e Atenção Integral aos Órfãos e Órfãs do Feminicídio - em tramitação na Assembleia Legislativa de Pernambuco desde o ano passado.

Assim, a Casa proposta pela parlamentar seria um espaço em que os filhos de mulheres vítimas de feminicídio poderiam receber atendimento humanizado psicossocial e psicoterapêutico por uma equipe multidisciplinar e especializada, assim como a orientação para a inserção deles em programas, projetos e ações sociais desenvolvidos pelo Estado.

Ademais, argumenta a deputada, também podem ser disponibilizadas capacitações e o acompanhamento necessário para aqueles que desejarem ser tutores de lares provisórios aos menores órfãos afastados do convívio familiar por medida protetiva determinada pela justiça - para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários.

"A violência contra as mulheres destrói famílias e gerações inteiras. Não podemos assistir a isso de braços cruzados! Só nos dois primeiros meses deste ano, 37 mulheres foram assassinadas em todo o estado. Acompanhamos pelos jornais e noticiários três mulheres assassinadas em 24h. Temos de dar um basta nessa realidade e, amparar e acolher os órfãos dessas vítimas é de extrema sensibilidade e urgência para a desconstrução dessa cultura", diz Gleide Angelo.

Ela fez alusão aos assassinatos de mulheres em Paulista, em Olinda e no Cabo de Santo Agostinho na última semana. Em dois dos crimes, as motivações foram confirmadas como feminicídio e, em um deles, o crime foi presenciado pela filha da vítima.

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