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Julgamento que pode cassar mandato de Sérgio Moro começa nesta segunda-feira

Moro é julgado por abuso de poder econômico, arrecadação e gastos eleitorais ilícitos, supostamente praticados em 2022; ele também pode ficar inelegível

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Cadastrado por

Rodrigo Fernandes

Publicado em 01/04/2024 às 7:08 | Atualizado em 01/04/2024 às 11:16
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O senador Sérgio Moro (União Brasil) começa a ser julgado nesta segunda-feira (1º) no Tribunal Regional Eleitoral de Curitiba, no Paraná. Ele é alvo de duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs) e pode ter o mandato cassado no Senado.

O julgamento está previsto para começar às 14h, de forma presencial. Além desta segunda-feira, o TRE reservou a quarta-feira (3) e a próxima segunda, dia 8 de abril, para continuar o processo. A conclusão poderá ocorrer em qualquer momento, a depender do andamento dos votos.

AO VIVO: Assista ao julgamento de Sérgio Moro no TRE do Paraná

Sérgio Moro será julgado por abuso de poder econômico na pré-campanha eleitoral de 2022, arrecadação e gastos eleitorais ilícitos e mau uso dos meios de comunicação. Caso seja condenado, ele também pode ficar inelegível por oito anos.

Um dos processos é movido pelo Partido Liberal (PL), partido de Bolsonaro, e outro pela Federação Brasil da Esperança, que integra PT, PCdoB e PV.

Os supostos abusos praticados por Moro teriam iniciado antes do período eleitoral, quando moro se filiou à presidência da República pelo Podemos. Na época, ele retirou a candidatura e migrou para o União Brasil, desejando disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados por São Paulo. Diante do indeferimento da transferência de domicílio eleitoral, Moro passou a pleitear a vaga de senador pelo Paraná.

Segundo os partidos, os gastos de pré-campanha de Moro seriam “desproporcionais” e “suprimiram as chances dos demais concorrentes” ao Senado no Paraná.

As duas ações possuem teor similar e serão julgadas em conjunto.

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Em dezembro de 2023, a Procuradoria Regional Eleitoral emitiu parecer favorável à cassação do mandato dele. O órgão aponta que as despesas representam 39,78% dos gastos eleitorais realizados e 45,65% do teto de gastos previsto para o cargo.

“Este contexto demonstra que os meios empregados para a realização de pré-campanha e os valores despendidos nesta empreitada em prol dos investigados mostraram-se, de fato, desarrazoados, assumindo contornos de uso excessivo do poderio econômico”, frisou o Ministério Público.

Moro se defende

No curso dos processos, o senador negou as acusações. Em dezembro de 2023, ao prestar depoimento presencial no TRE, Moro afirmou que as acusações são levianas e que fez tudo "segundo as regras".

A equipe de Moro disse que o senador não vai se manifestar e não confirmou se ele participará, ou não, do julgamento.

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