No PP, Andreza diz sofrer retaliação após saída de Romero Albuquerque; Eduardo da Fonte nega
Nos bastidores do Partido Progressista, a recente debandada de quadros não pôs fim às confusões. Eduardo da Fonte nega acusações dos ex-aliados
Nos bastidores do Partido Progressista, a recente debandada de quadros não pôs fim às confusões. Após Romero Albuquerque deixar o PP para se filiar ao União Brasil, a vereadora Andreza Romero diz sofrer perseguição na legenda. Eduardo da Fonte, presidente da sigla em Pernambuco, nega veementemente.
Tudo começou quando, como esta coluna noticiou em primeira mão, a migração de Romero Albuquerque para a campanha oposicionista de Miguel Coelho (UB). Trata-se de um ex-aliado, próximo a Eduardo da Fonte. Eriberto Medeiros, presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, também vai abandonar a legenda. Ambos se desgastaram o dirigente estadual do partido.
O grupo de Romero alega que, como retaliação, o PP pediu todos os cargos indicados por Andreza na Prefeitura do Recife e em outros órgãos. Procurada pelo Blog de Jamildo, a vereadora diz haver perseguição ao seu mandato desde a pré-candidatura de 2020 e alega ter sido ameaçada de não ter a legenda, reclamando ainda de não ter recebido fundo eleitoral adequado.
Ouvido pela reportagem, Eduardo da Fonte nega. Explica que o pedido de exoneração não partiu dele, como retaliação, mas é resultado do movimento de Romero Albuquerque, agora na oposição. "Como uma pessoa de oposição vai ter cargo na situação? Não faz sentido", explicou.
O presidente do PP-PE ainda disse que não negou legenda a Andreza e cita a possibilidade de ela ser candidata. "Ela é bem-vinda", comentou, alertando para a necessidade de a vereadora formalizar ao partido seu interesse eleitoral.
Vale lembrar que Eduardo da Fonte já se movimenta e anunciou a filiação de novos quadros ao seu partido. Dentre os nomes que passam a compor a legenda, está o pastor Adalto Santos. Outra vitória do presidente estadual do PP é a permanência de Cleiton Collins. Após ensaiar saída, o pastor está garantido na sigla.
O contexto das confusões e desembarques do PP
Tanto no caso de Romero Albuquerque e Eriberto Medeiros, o desentendimento acontece por causa de candidaturas a deputado federal. Andreza tinha planos de se candidatar à Câmara dos Deputados, assim como o vereador Eriberto Rafael, filho de Eriberto Medeiros. O presidente do PP teria negado legenda a ambos.
O PP trabalha com a possibilidade de eleger três deputados federais em Pernambuco e Eduardo da Fonte quer uma dessas vagas para seu filho, Lula da Fonte. O jovem, podendo ficar em terceiro lugar, teria sua vaga ameaçada caso Andreza ou Eriberto se candidatassem.
Nos bastidores, uma parte do PP olha com apreensão a recente debandada de nomes. Tanto que Cleiton Collins, após garantir em Brasília a candidatura de Michelle Collins à Câmara dos Deputados, ligou para os colegas, garantindo a permanência no partido.
Outra ala do Progressista, porém, já faz um novo calculo eleitoral e enxerga as saídas recentes como um bom sinal para a eleição deste ano.